PREVIDÊNCIA: RELATOR VAI PROPOR REGRA ESPECIAL PARA TRABALHADOR INFORMAL

Carteira de trabalho/ Foto: Arquivo: Agência O Globo

O relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE)  fará duas modificações no seu parecer,  apresentado na semana passada e que será votado nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).  Na forma de complemento de voto, ele vai  reforçar que  o valor da pensão não poderá ser inferior a um salário mínimo,  em qualquer situação. Na primeira versão do relatório,  esse direito estava assegurado somente a  pensionistas que ganham menos do que o piso nacional.

Além disso, o relator vai propor  a criação de uma alíquota de contribuição especial para os trabalhadores informais.  Essa alíquota deverá ser semelhante à dos Microempreendedores Individuais (MEI).

As duas modificações  não comprometem o texto aprovado pela Câmara dos Deputados. De autoria dos senadores do MDB, Eduardo Braga (AM) e Renan Calheiros (AL), elas foram acatadas pelo relator como  uma contrapartida ao apoio da legenda à aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) paralela na CCJ, também nesta quarta-feira, junto com o texto principal.

Estão nessa PEC a inclusão dos estados e municípios na reforma da Previdência e medidas de aumento de arrecadação com a contribuição previdenciária de entidades filantrópicas , do setor exportador e de micro e pequenas empresas. Pelo relatório de Tasso,  a reforma vai resultar em um ganho fiscal de R$ 990 bilhões em 10 anos.

A sessão da CCJ, que vai apreciar o relatório está  prevista para começar às 09h e não há prazo para o encerramento dos trabalhos, segundo a presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-RS). Ela disse, contudo, que  há acordo para que a proposta seja votada pelo colegiado ainda nesta quarta-feira. Aprovados, os textos seguirão para o plenário do Senado.

O relatório de Tasso – divulgado na semana passada, recebeu 338 novas emendas. Segundo técnicos, há emendas repetidas e, em sua maioria, são propostas para abrandar as regras de aposentadoria dos servidores públicos, como retirar do texto aumento da contribuição previdenciária e criar normas de transição mais flexíveis para permitir integralidade (último salário da carreira) e paridade (mesmo reajuste salarial dos ativos).

 Mas o senador rejeitou todas as emendas com esse propósito, alegando que as mudanças foram no sentido de proteger os mais vulneráveis.

Geralda Doca / O Globo

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