MINISTRO DA EDUCAÇÃO DIZ QUE FALA SOBRE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA FOI TIRADA DE CONTEXTO E REBATEU O SENADOR ROMÁRIO QUE O CHAMOU DE “IMBECIL”

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom

O ministro da Educação, Milton Ribeiro, rebateu críticas nesta 3ª feira (17.ago.2021) e disse que sua fala sobre crianças com deficiência “atrapalharem” o aprendizado de outras crianças, em um ensino regular, foi tirada de contexto.

No Twitter, Ribeiro rebateu o senador Romário (PL-RJ) que o chamou de “imbecil” por tal declaração. Para o congressista, “a diversidade em sala de aula não atrapalha”, uma vez que “ninguém que busca conhecimento atrapalha”.

Em resposta, Ribeiro disse ao senador que “é muito deselegante” quando um representante do Congresso se dirige desta maneira a um ministro de Estado, “ainda mais com base em uma frase tirada do contexto”.

“Quero acreditar que o senhor não tenha assistido à entrevista e ‘caiu na onda’ de quem distorceu o sentido de minha frase”, disse o ministro.

Em seguida, Ribeiro publicou imagens de comentários de seguidores de Romário, que também o alertaram sobre a frase ter sido tirada de contexto.


ENTREVISTA DO MINISTRO DA EDUCAÇÂO

Em entrevista ao programa Novo Sem Censura, da TV Brasil, em 9 de agosto, Milton Ribeiro falou sobre o “inclusivismo”, o qual definiu como quando uma criança com deficiência é incluída em uma sala de aula com educação regular, com alunos sem deficiência. Para ele, nessa situação, a criança “não aprendia” e “atrapalhava, entre aspas”, uma vez que “a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial”.

Milton Ribeiro criticou norma da PNEE (Política Nacional de Educação Especial) e defendeu criação de turmas e escolas especializadas, que atendam apenas estudantes com deficiência.

Em outubro de 2020, decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro determinou que o governo federal, Estados e municípios deverão oferecer “instituições de ensino planejadas para o atendimento educacional aos educandos da educação especial que não se beneficiam, em seu desenvolvimento, quando incluídos em escolas regulares inclusivas e que apresentam demanda por apoios múltiplos e contínuos”. O texto foi alvo que questionamento no STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu a nova política em dezembro de 2020….

“A questão da criança, da deficiência, que é uma das questões que passa pelo nosso ministério foi tratada. E eu acho também, por razões mais ideológicas do que técnicas, [que] ela foi rejeitada por um grupo que fez um pouco mais de barulho e o assunto foi levado ao ST . O assunto está lá para análise porque se julgou que a nossa lei era uma lei excludente.  Uma lei que não olhava com carinho para os deficientes e suas famílias, mas ao contrário”, disse, informando que pessoas de sua equipe têm deficiência.

“No passado, primeiro, não se falava em atenção ao deficiente. Simples assim. Eles fiquem aí e nós vamos viver a nossa vida aqui. Aí depois esse foi um programa que caiu para um outro extremo, o inclusivismo. O que que é o inclusivismo? A criança com deficiência era colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia. Ela atrapalhava, entre aspas, essa palavra falo com muito cuidado, ela atrapalhava o aprendizado dos outros porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial. E assim foi.    Eu ouvi a pretensão dessa secretaria e faço alguma coisa diferente para a escola pública. Eu monto sala com recursos e deixo a opção de matrícula da criança com deficiência à família e aos pais. Tiro do governo e deixo com os pais”, declarou.

Com informações do Poder  360

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