Mourão ao lado de Bolsonaro durante a cerimônia do hasteamento da Bandeia/ Marcos Corrêa/PR
Hamilton Mourão e Arthur Lira, ambos na linha de sucessão da Presidência, estão de antenas ligadas. Quem esteve com o vice diz que a paciência dele se esgotou e que ele estaria disposto a ir para o tudo ou nada contra Bolsonaro, mas sofre forte pressão do presidente. Lira também deixou a letargia rumo a uma eventual substituição de Bolsonaro: a partir de agora, o impeachment estará respaldado por parte da centro-direita, mas o presidente da Câmara mantém um olho no TSE.
…inversa. O vice pode chegar ao Planalto pela via do impeachment, que depende de Lira. O presidente da Câmara tem brechas para assumir o País se o TSE impugnar a chapa eleitoral de Bolsonaro-Mourão.
Cenários. Mourão recebeu informes de que terá apoio da centro-direita se Bolsonaro for afastado pelo Congresso. Lira foi avisado de que o processo no TSE está em estágio avançado, como mostrou o Estadão.
Cenários 2. Em conversa tensa ocorrida recentemente, o próprio Bolsonaro teria cobrado Mourão: disse que eles deveriam voltar a remar para o mesmo lado na radicalização porque podem ser cassados juntos.
Como assim?! Depois dos atos do 7 de Setembro, no entanto, o vice teria ficado extremamente contrariado com o tom da coisa toda e a ideia lançada por Jair Bolsonaro de convocar o Conselho da República.
Xi… As “soluções Lira ou Mourão” não agradam a Lula e parte do PT, especialmente a do impeachment.
Truco. O desafio imposto aos grupos de centro-direita é o de fazer no próximo domingo, 12, barulho pelo menos comparável às manifestações governistas.
Separados. Os organizadores sabem que não será fácil, já que os protestos não terão partidos da esquerda que apoiam a pré-candidatura de Lula.
Juntos. A saída será atrair quem quer uma terceira via. João Amoêdo (Novo), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania) vão participar do ato.
Vez deles. O MBL promete retirar suas próprias bandeiras do caminhão de som quando representantes de outras frentes políticas estiverem discursando.
Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD
“Vamos criar uma comissão no PSD para que a gente se posicione. É consenso de que a temperatura continua se elevando”, sobre eventual impeachment.
Por Alberto Bombig e Matheus Lara/Estadão Conteúdo