Foto: Manoela Alcântara / Metrópoles
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), voltou a ser preso nesta sexta-feira (22), informou o Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem de prisão preventiva do militar foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A Corte informou que o ex-ajudante de Bolsonaro foi preso por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de Justiça. O Supremo não detalhou quais medidas cautelares foram descumpridas (veja aqui quais foram impostas pelo judiciário).
Após depor sobre áudios vazados, Cid é preso por descumprimento de medidas e obstrução de Justiçahttps://t.co/2eAODTuXyH pic.twitter.com/K8JSAxArqg
— Daltro Emerenciano Instagram @blogdedaltroemerenci (@BlogdeDaltro) March 22, 2024
Cid foi preso depois do vazamento de áudios em que ele afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos e também faz críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. As gravações foram divulgadas pela revista “Veja” nesta quinta-feira (21).
Antes de ser preso, Cid foi ouvido por cerca de 30 minutos, no STF, por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes sobre o conteúdo dos áudios revelados pela revista. No depoimento ao STF, ele não revelou com quem estava conversando nas gravações divulgadas pela “Veja”.
Segundo o STF, após o depoimento ao auxiliar de Moraes, Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal da Polícia Federal. Além disso, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do militar. Um celular foi apreendido.
Também após a revelação dos áudios, a Polícia Federal acionou o STF. A corporação quer explicações de Mauro Cid sobre as gravações e diz que foi “levianamente” acusada.
Mauro Cid sai preso de audiência sobre áudios em que acusa PF e Moraes
Os áudios
Nas gravações divulgadas pela “Veja”, Cid acusa Moraes, que homologou a delação dele, e agentes da PF de estarem com a “narrativa pronta” – ou seja, de irregularidades ao longo do acordo de colaboração.
Segundo Cid, os investigadores “não queriam saber a verdade” nas vezes em que ele prestou depoimento à Polícia Federal.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, afirmou ao blog da Camila Bomfim que os áudios revelam um “desabafo”, já que Cid vive um momento de angústia “pessoal, familiar e profissional”.
“Mauro César Babosa Cid em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República ou do Supremo Tribunal Federal na condução dos inquéritos em que é investigado e colaborador, aliás, seus defensores não subscrevem o conteúdo de seus áudios”, afirmou o advogado.
Informações: g1/Globo