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Concursos de beleza para idosos, com coroação da miss e do mister da terceira idade, se espalham por cidades brasileiras. Só no começo deste ano, pelo menos três prefeituras paulistas — Osasco, Embu das Artes e Engenheiro Coelho — já abriram inscrições para as competições que, para além da aparência física, levam em consideração o carisma e a vivência dos competidores.
De acordo com o Censo 2020, 15,6% da população do país têm mais de 60 anos, totalizando aproximadamente 32 milhões. É um crescimento de 56%, se comparado com 2010. Com isso, a promoção destes concursos é elogiada por especialistas como o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Leonardo Brando de Oliva.
— Ainda existe muito preconceito a respeito do processo de envelhecimento. Atividades como essa promovem uma maior aceitação, mostrando que o belo transcende a idade, e também incentivam os idosos a se cuidarem física e mentalmente — avalia.
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Para a dona de casa Nilza Borges da Silva, de 63 anos, o concurso de Miss Idosa do Amazonas, promovido pelo projeto social Viver Mais, foi uma “tábua de salvação”. Nilza conta que a iniciativa a ajudou no tratamento de uma depressão após a morte do marido, em 2019, com quem viveu por 39 anos. Em 2021, na sua primeira participação, sagrou-se campeã e passou a se enxergar de uma nova forma.
— Antes do título não me achava bonita. Pensei que ao chegar aos 60, minha vida tinha parado ali. Quando me tornei miss, aprendi a me valorizar e vi que ainda tinha muito coisa pela frente. Muita gente pensa que idoso só tem que ficar em casa cuidando de neto, mas não é verdade — defende a dona de casa, que aponta seu jeito alegre e carinhoso como um dos atributos que a ajudaram a vencer a disputa.
O Globo