Religiosidade na vaquejada
Conforme a tradição nordestina, o vaqueiro, tanto em suas jornadas na lida do gado como nas vaquejadas, se apega à devoção em seus santos padroeiros, pedindo a proteção pela vida.
Para a maioria, além de alguns trajes típicos originados da figura folclórica do sertão nordestino, os vaqueiros também se vestem de fé, que é demostrada dentro e fora do curral, nos torneios. Entre os gestos estão o sinal da cruz ao entrarem para a competição, medalhinhas ou crucifixos nas mãos, presos aos chapéus, nos animais, dentre outros.
As influências dessa religiosidade são vistas em diversos momentos. Mesmo antes da montaria, é possível perceber as reflexões e preces por parte dos competidores. Já na corrida, antes de adentrarem o arraial, tiram o chapéu, que alguns chamam de cobertura, para elevar as mãos para o alto, como um contato com os céus, seguido de um sinal da cruz. Às seis da noite, com o soar de uma música, outra exibição dessa sintetização de fé acontece, “a hora do anjo”. Por alguns minutos, vaqueiros, torcedores, patrocinadores e público, param para fazer uma oração, conduzida pelo locutor da festa. No universo mental de cada vaqueiro, esse momento é uma autêntica expressão da sua fé e da resposta dos seus padroeiros quanto ao êxito na proteção e nos resultados da vaquejada, o que é implícito nas tradições nordestinas.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
A foto dá ênfase ao objeto fotografado e apresenta uma das cenas mais comuns durante as vaquejadas. A montaria se torna um altar, e ali, através de uma oração, os competidores depositam tudo que faz parte de sua vida e do seu companheiro, o cavalo, para dar início à atividade.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Carol Barbalho é universitária, mas divide seu tempo em circuitos de vaquejadas e a faculdade de veterinária. No peito, símbolo de sua fé, Nossa Senhora Aparecida, no qual ela reverencia antes de entrar na competição e por quem pede intercessão.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Na foto (02) Carol fazendo sua oração à Santa.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Diferente dos praticantes católicos, o vaqueiro evangélico, mantém sua fé, mas não carrega imagens ou símbolos para demonstrá-la durante os torneiros. Sua relação com a religiosidade e princípios aparecem apenas numa frase em aramaico descrita na camiseta: “Maranata” que significa “O Senhor logo vem!”.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Após a derrubada do boi e movido pela emoção do momento, o vaqueiro ainda dentro da arena faz o sinal da cruz, que é um dos símbolos mais antigos da religião cristã, que relembra a importância do sacrifício de Cristo na Cruz do calvário. Através do gesto, agradece pela bênção recebida.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Na cabeça o chapéu, que além de proteger o vaqueiro do sol e dos baques na arena, carrega simbolismos de sua fé e crenças, num terço envolto à imagem da Santa.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Detalhes mais minuciosos no uso dos elementos religiosos até nos animais. Detalhe para a cruz como pingente no cavalo.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
Às seis da tarde, acontece a “Hora do anjo”, momento de prece e perdão. Participantes: corredores, organizadores e plateia param para elevar uma oração de consagração à Nossa Senhora Aparecida pedindo perdão pelos pecados e ênfase durante a competição.
Foto: Andréa Figueiró/Vaquejada de Monte Alegre
O público também se envolve com a vaquejada através de peças que caracterizam os trajes ou indumentárias dos vaqueiros e de sua religiosidade.
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Caminho percorrido pelo boi na vaquejada
Um relato completo de falta de compreensão do que é Jesus. Quer dizer que após a derrubada do animal (maus tratos) o "cristão" ainda faz o sinal da cruz? Jesus passa longe de um lugar em que existe maus tratos com animais… Quem maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar.