PM que agrediu e matou esposa diz em depoimento à Justiça que agora é ‘viúvo’; Vídeo

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Redes sociais

Um novo vídeo mostra o policial militar Thiago Cesar de Lima, preso neste final de semana por agredir e matar a tiros a esposa, Erika Satelis Ferreira, algemado e sendo ouvido pela Justiça de São Paulo durante audiência de custódia sobre a sua prisão.

A gravação foi feita na segunda-feira (4) no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital, um dia após o crime, que também foi gravado e viralizou nas redes sociais.

O vídeo que mostra Thiago dando pelo menos cinco socos no rosto de Erika e atirando duas vezes contra o peito da esposa foi determinante para que a Justiça mantivesse a prisão dele. As imagens alcançaram as redes sociais e causaram repúdio em quem assistiu pela covardia do agressor.

Na gravação do caso, a juíza Marcela Dias De Abreu Pinto Coelho, do plantão judiciário, ouviu o depoimento de Thiago como determina a lei para saber se ele sofreu alguma agressão quando foi detido pela PM e depois preso e indiciado pela Polícia Civil.

Como o policial militar não se queixou de nenhum problema durante sua prisão, a magistrada seguiu a orientação do Ministério Público (MP) e converteu a prisão em flagrante em preventiva, para que fique detido por tempo indeterminado ou até seu eventual julgamento por feminicídio. O soldado está atualmente no Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte.

Na gravação da sessão na Justiça, que durou pouco mais de 3 minutos, Thiago foi ouvido pela juíza, pela promotora Fabiola Aparecida Cezarini e por sua defesa, que foi feita pelo advogado Hamilton Vale da Silva.

PM confirma ser ‘viúvo’ agora

Em uma das perguntas feitas pela magistrada, ela indagou Thiago se ele era “solteiro ou casado”, e o soldado respondeu: “casado”. Em seguida, a juíza perguntou: “O senhor agora é viúvo?”. E o homem disse que “sim”.

Em outro momento da sessão, a juíza Marcela quis saber se o soldado da PM respondia a algum processo criminal, e ele afirmou que “sim”, na Justiça Militar, confirmando que era pela acusação de “abuso de autoridade”. Segundo Thiago, um outro policial agrediu um rapaz durante abordagem policial. E como ele estava junto, acabou sendo acusado também.

Thiago também confirmou que uma de suas ex-esposas teve uma medida protetiva dada pela Justiça contra ele. Ela é mãe de um de seus dois filhos. Ele tem um menino de 9 anos com ela e ficou proibido de se aproximar a menos de 100 metros de distância da mulher. A criança mora com a mãe.

A promotora Fabiola lembrou na audiência que Thiago foi acusado pela ex-esposa de agredi-la, ameaçá-la e estuprá-la. O g1 apurou que esses crimes foram cometidos, segundo a vítima, em maio de 2022, em Franco da Rocha, cidade da região metropolitana. Ela chegou a registrar boletim de ocorrência na delegacia. Em março de 2023 esse caso foi arquivado e extinto pela Justiça.

De acordo com a representante do Ministério Público, esse caso contra a ex-mulher no ano passado, juntamente com a nova acusação, agora de assassinato contra a atual esposa, a convenceram que Thiago tem de continuar preso.

Não é ‘criminoso contumaz’, diz defesa

Erika Satelis Ferreira de Lima era casada com soldado da PM Thiago Cezar de Lima. Homem agrediu e matou esposa a tiros após discussão — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal/Redes sociais

“Trata-se de crime gravíssimo, com grande repercussão social”, disse a promotora Fabiola. “Razão pela qual entendo que se faz necessária a decretação de sua prisão preventiva para garantia da ordem pública, evitando-se, assim, que volte a cometer crimes em contexto de violência doméstica”.

A defesa do soldado, que foi feita pelo advogado Hamilton, discordou do MP e pediu que a magistrada não decretasse a preventiva contra seu cliente. Alegou que “em razão da ordem pública o acusado não é um criminoso contumaz”.

A juíza Marcela discordou. E a Justiça manteve o soldado preso. Ele tem 36 anos, sendo nove deles como policial militar da corporação.

Thiago contou na audiência que é pai de outro filho, um garoto de 16 anos, fruto de outro relacionamento. O adolescente também mora com sua mãe. Erika, por sua vez, conhecia o soldado havia dois anos e estava casada há seis meses com ele. A representante comercial tinha 33 anos e duas filhas, que eram de um casamento anterior com outro homem.

G1/SP

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