LENTES DE COURO: UM OLHAR SOBRE A VAQUEJADA DO RN / CULTURA

CULTURA

“Cada realidade cultural tem sua lógica interna, a qual devemos procurar conhecer para que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais estas passam”, (SANTOS, 2006). As fotografias utilizadas contam um enredo sobre o assunto “vaquejada”, em ordem de acontecimentos, de forma objetiva e simples. Ao registrar as suas práticas, costumes, concepções e as transformações pelas quais podem se diferenciar de um lugar para outro, estruturada em quatro pilares: a representação humana, a relação do homem com seu ambiente, as paisagens e as expressões artísticas.

 

Foto 01: Engana-se quem acha que o campo é lugar de calmaria. Além desta porteira esconde-se de maneira simples, porém organizada os preparativos de uma festa caipira e secular. A vaquejada.

 

Foto 02: Considerada uma fonte de renda para grande parte daqueles que ainda habitam em zonas rurais, a vaquejada se tornou uma das maiores festas nordestinas a movimentar o comércio local. Mais de meio século a sua prática continua firme e sem perder o enfoque nas competições.

 

Foto 03: Enquanto o vaqueiro confere a arena e a boiada, os cavalos são banhados pelos aprendizes para espantar o calor e deixar o animal limpo. É a partir do segundo semestre do ano, que o circuito de vaquejadas ganha maior força nas regiões: agreste (Brejinho, Monte Alegre, Nova Cruz e Vera Cruz), se espalham pelo sertão (Jucurutu e Mossoró) até o litoral (Pureza) potiguar.

 

Foto 04: Em cada prova de vaquejada chega-se a mobilizar cerca de 270 profissionais, entre eles, veterinários, juízes, inspetores, locutores, organizadores, seguranças, pessoal de apoio ao gado e de limpeza de instalações.

 

Foto 05: Dados da Abvaq (2016) apresentados no relatório informam que a atividade movimenta R$ 600 milhões por ano, gera 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos.

 

Foto 06: Com o passar do tempo, a vaquejada se transformou em palco de grandes shows de músicas típicas e apresentações que atraem milhares de pessoas durante o evento. Há concursos de rainhas e shows com bandas de forró e artistas da música pop brasileira são apenas alguns dos novos ingredientes adquiridos da indústria cultural.

 

Foto 07: O clima de camaradagem é visto por todos os cantos, inclusive, com os iniciantes. Exceto quando o vaqueiro está na arena, dentro dela é ganhar ou perder. De acordo com a Associação Brasileira de Vaqueiros (ABVAQ), um Vaqueiro profissional, por exemplo, recebe em média R$ 2 mil fixos e um valor variável que pode elevar os rendimentos à faixa dos R$ 5 mil.

 

Foto 08: Paralelamente, as competições o comércio gira em torno das vendas de: roupas, artigos de couro, selas, rações, acessórios, suplementos e vacinas. Durante o período de provas aumentam-se a procura por serviços em hotéis, restaurantes, por caçambas para caminhões. Há também espaço para negócios simultâneos, é o caso, dos leilões, o comércio de sêmen, embriões e óvulos.

 

Foto 09: De preços acessíveis e para todos os gostos, assim são os artigos especializados vendidos durante toda a festa. Há arreios para cavalo, bonés, calçados e para quem preferir por algo mais simbólico, são vendidos também os chaveiros, que variam a partir de R$2,00.

 

Foto 10: “A vaquejada, como esporte, nasceu de uma necessidade de trabalho e do apreço que o vaqueiro tem pelo animal, ao protegê-lo de desgarrar do rebanho”, conta Jonildo Freire.

Atualmente, o vaqueiro saiu das brejeiras “pegas de boi” nas regiões de caatinga antes protagonizadas por sertanejos usando gibões e chapéus de couro para ir competir em eventos de todos os portes, nos quais vaqueiros se tornaram atletas profissionais vestindo camisetas e bonés com logos dos patrocinadores (parques ou haras) a cavalgar em pistas de areia.

 

Foto 11: De volta a festa, normalmente, os admiradores e amazonas usam trajes típicos para se identificarem no meio da multidão. O boi continua correndo na arena e como “ninguém é ferro”, os produtores rurais e amantes do forró nas proximidades aproveitam a ocasião para dar aquela paquerada.

Para Jadson Souza, o clima familiar faz com que a vaquejada seja um ambiente propicio para reunir a família e amigos ouvindo um bom ‘forrozin’, “costumo frequentar sempre, que possível, os bolões que o Gonzaga organiza aqui em Pureza. Estar entre amigos e familiares não tem como a festa ser ruim”, diz o frequentador.

 

Foto 12: Com o pôr do sol, os vaqueiros que moram nas redondezas voltam para as suas casas, já para os visitantes que vivem a maior parte do tempo nas estradas na procura de competições, investir na compra de trailers (casas provisórias) é uma ótima opção. Pois, no dia seguinte a festa continua. Geralmente uma vaquejada acontece entre dois ou mais dias.

Clique nos links abaixo e confira as fotorreportagens completas:

Religiosidade

Caminho percorrido pelo boi na vaquejada

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